Oi Amiga, Oi Amigo,
Quero compartilhar um texto que eu recebi de
Portugal da Ana Paula Mata que discute bem sobre de Não temos de fazer as coisas por acharmos que temos
de fazer! É a discussão de Não aceitarmos
uma escravidão que existe por causa da nossa indiferença frente às coisas da
vida. Não ficarmos escravizados no ‘tenho que’. Leia este texto e me fale a sua
opinião sobre isso.
Não temos, não.
Não temos que ter tudo
arrumado.
Não temos que
cozinhar, se não apetecer.
Não temos que fazer
coisa nenhuma.
E somos demasiadas
vezes reféns do "tenho que".
Um "tenho
que" que começa muito cedo, bem mais para as mulheres do que para os
homens, mas não obstante, que nos aprisiona enquanto pessoas, que por isso
mesmo, são menos felizes.
Um "tenho
que" que vai apertando desejos. Vontades. Liberdades.
Para ser, sentir e
viver.
Um "tenho
que" que vai castrando ao longo do tempo, sonhos para sempre inacabados,
porque dormem em coma, no fundo de uma memória que não mais será
resgatada.
Um "tenho
que" que nos rouba demasiadas vezes a vaidade e o orgulho de sermos
únicos.
Um "tenho
que" que nos sequestra a individualidade e nos afunda numa
gaveta onde somos todos muito iguais uns aos outros, em hábitos, rituais e
manias.
E de facto, não temos.
Quem disse que temos?
Uma voz dentro de nós,
com o timbre da mãe e da avó e de todas as mulheres que nos antecederam na
memória coletiva, embandeirando tradições, hábitos, rituais e manias.
Que aceitamos como
uma herança. Resignados. Conformados. Na gaveta.
O que fazer com uma
herança que não queremos? Que não é nossa? Que não pedimos?
Renunciamos.
Renunciamos ao
"tenho que".
Vivemos corajosamente
fazendo com os dias o que a nossa vontade determina.
Sim, a casa é minha e
está desarrumada. Porque ficar no sofá é muito bom.
Não, não passei a
ferro, porque não me apeteceu. E não, não sei quando me vai apetecer.
Não, não me casei,
porque ainda não encontrei a pessoa certa.
Não, não tenciono ter
filhos.
Não, não quero sopa.
É dentro desta
coragem e desta consciência que mora a liberdade.
A liberdade que nos
devolverá a nós mesmos e nos permitirá, finalmente, sermos felizes.
Está claro?
Ana Paula Mata
É uma discussão sobre a consciência de
se ter liberdade e lembrou muito bem a autora que ‘A liberdade que nos devolverá a nós mesmos e
nos permitirá, finalmente, sermos felizes’.
Rodrigo
Rodrigo
é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí,
SP, Brazil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o
ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.
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