Oi Amiga, Oi Amigo,
Eu recebi três emails que me chamaram muito a
atenção. Um foi da Ucrânia, outro era da China e o outro era dos Estados
Unidos. Todos estes emails falavam sobre o diálogo, a falta de diálogo, com os seus
amigos, que mudou muito após serem apresentados como uma pessoa com necessidades
especiais. Mais uma vez a E.M. volta a minha história.
Antes que você me pergunte qual é a minha história
eu transcrevo, novamente, a minha história atualizada abaixo:
História do
Rodrigo
Quando eu soube que tinha a E.M. (Esclerose
Múltipla) eu estava na Bélgica (país) e passei pelos sustos e medos que muitos
portadores também passam. Isso foi no ano de 2008 e voltei para o Brasil não
sabendo o que seria de mim dado que eu tinha isso e Não sabia nem do que se
tratava. Eu tive o diagnóstico da EM há 7 anos atrás morando em outro país.
Pensei o que seria de mim? No início aconteceu um
susto. Chegando ao Brasil senti muitas decepções, pois percebia que muitas
pessoas que antes eu entendia que eram minhas amigas depois deixam ou
dificultam contatos comigo. Então eu começo a conhecer outros portadores de EM
e a perceber que o grande desafio de se ter EM é o desafio da linguagem, de
comunicar o que é isso.
O nome esclerose múltipla nem sempre é entendido e
aparecem muitos ‘achismos’. As pessoas acham tal coisa... ou acham tal coisa...
e por aí vai.
Não concordo com pessoas que decidem ‘esconder’ o
seu diagnóstico dos outros. Hoje, no Brasil, são mais de 40 mil portadores de
EM e no mundo passam de 2,5 milhões de pessoas. É direito da pessoa querer não
falar de suas dificuldades, eu respeito isso, mas é DEVER das outras pessoas,
os não-portadores, de acolher e de respeitar qualquer pessoa que pode estar passando
por alguma dificuldade e queira falar sobre isso.
Eu tive contatos com alguns portadores de EM e
eles me ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas. Isso
vale para todas as pessoas, portadoras ou não de EM. Eu sei que descobrir uma
dificuldade de saúde é muito difícil, principalmente, para quem passa pela
dificuldade. Mas vale a pena passar pela dificuldade, ultrapassar a
dificuldade, mostrando que as dificuldades dependem de quem as vê.
O grande desafio é conviver socialmente com as
dificuldades que aparecem. Se qualquer pessoa anda um pouco, se cansa, descansa
e volta a andar não é problema nenhum. Isso é Normal. Mas se uma pessoa fizer a
mesma coisa e disser que tem EM poderá ser tratada como uma pessoa diferente,
segregada do convívio normal. O PRÉconceito, como o próprio nome diz, é
conceituar antes (PRÉ) de conhecer o fato (CONCEITO). Conviver com esta
situação é difícil para os portadores. Mais difícil do que se aceitar COM um
problema é o de ser aceito COMO um problema pelas outras pessoas.
A pergunta ‘Por que aconteceu a E.M.’ com a pessoa
é a mais comum, mas a pergunta que deve ficar Sempre em nossas mentes é o ‘PARA QUÊ ACONTECEU ISSO COMIGO?’
Eu conheci várias pessoas pelo mundo a fora que
nas suas dificuldades, que lhe apareciam, elas Realizavam as suas atividades.
De maneira diferente de como faziam antes, MAS REALIZAVAM!
Chegou-me
um email da Indonésia. Entendi que a pessoa estava com dificuldades para me
entender no texto e falava MUITO sobre o que fazer quando se sabe que se tem
EM.
A
pessoa da Indonésia me disse que vai produzir um livro. Lembrei-me de
uma frase do Gustavo, da AME, aqui no Brasil. A frase é a seguinte:
"O
que há de comum entre os que foram privados da visão, audição ou fala? Todos
encontraram formas de se expressar..." Gustavo San Martin (AME - Brasil)!
A
expressão é muito importante para nós e hoje com este mundo globalizado podemos
conversar com pessoas do mundo todo!
Este
ato de se expressar é Muito importante! O livro da amiga da Indonésia é uma
forma de se expressar e Parabenizo a pessoa da Indonésia por essa atitude.
Uma lembrança que devemos ter: Eu posso ter a EM, mas Ela NÃO me têm!
Uma lembrança que devemos ter: Eu posso ter a EM, mas Ela NÃO me têm!
Vamos
Ir Além do Esperado.
Mais uma vez lembrando que Nós precisamos ser mais Forte do que se espera! Você consegue! Acredite!
Rodrigo
Rodrigo
é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí,
SP, Brazil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o
ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.
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