Oi Amiga, Oi Amigo,
Passo abaixo um texto (tradução em português) que
a Novartis me passou. É interessante para ver e refletir. É um post escrito
pela blogueira americana Jamie Tripp Utitus, que escreve para o Living Like
You.
Ela fez uma analogia entre a série (também
americana) 'Orange is the New Black' e a Esclerose Múltipla. No texto, comenta
que a esclerose múltipla “não é uma sentença de prisão”, mas que há semelhanças
com a personagem principal da série que está em uma prisão real.
Por: Jamie
Tripp Utitus:
Minha declaração: eu nunca havia assistido a séries.
Se eu tiver a oportunidade de relaxar à noite, a única coisa que eu quero fazer
é dormir. Mas uma noite eu decidi dormir com a TV ligada, porque eu não
conseguia desligar minha mente. Acabei tropeçando nesta série chamada “Orange is the New Black”.
Se você ainda não viu a série, vai ficar difícil de
acompanhar o texto. O post não é um endosso ao drama da televisão, mas eu não
consigo parar de pensar no quanto a série me fez lembrar minhas aventuras com a
esclerose múltipla. Não que a
esclerose múltipla seja uma sentença de prisão, mas há tantas semelhanças!
O enredo central da série é sobre uma mulher chamada Piper Chapman que se entrega por um
crime relacionado a drogas, que ela cometeu com sua então namorada, quando
tinha seus 20 anos. Ela agora está mais madura, noiva de um homem chamado Larry
e tem uma vida completamente livre do crime. Ela é condenada à prisão feminina
e a história parte daí!
Então, imagine isso. Estou encolhida na cama quando
aperto o play para o primeiro episódio. No quarto episódio, eu já estava sentada
na cama, segurando o meu travesseiro e falando com a televisão.
– Ai meu Deus! Louca, a menina é LOUCA!
– Que homem bonito é o Larry Towner, eles certamente
vão conseguir passar por isso!
Todos esses pensamentos ficam mais complicados, e
totalmente equivocados, conforme você termina de assistir ao último episódio da
segunda temporada de “Orange is the New
Black”.
O que realmente me pegou de surpresa foram os
paralelos entre a vida de Piper Chapman
(seu passado a persegue e ela tem que ir para a prisão por 15 meses) e a minha
vida, como uma pessoa que tem uma doença e alguns obstáculos para superar
sozinha. Você logo percebe ao assistir ao show que Piper não está lutando
contra a prisão. Piper está lutando contra seus próprios demônios. Ela está
lutando contra seu verdadeiro eu, com quem ela é forçada a conviver por 15
longos meses.
Não posso mentir, no primeiro momento, eu senti a esclerose múltipla como uma sentença de
prisão, e eu também fui forçada a encarar meus demônios e olhar nos olhos
deles. Como Piper, eu tinha que decidir, eu vou fazer algo bom desta coisa
ruim, ou vou me entregar?
Eu fiquei especialmente envolvida com o primeiro
episódio de “Orange is the New Black”,
quando Piper Chapman senta ao lado
de uma mulher no refeitório. Alguém havia dito para a Piper, que esta mulher seria “segura” e gentil. Esta mulher,
chamada Yoga Jones, era uma pacífica
ex-hippie e instrutora de yoga na prisão. Yoga
Jones olha Piper nos olhos e pergunta se ela nunca ouviu falar nas
mandalas… a triste arte dos monges tibetanos. Piper acha que já ouviu falar, mas espera por uma explicação.
Yoga Jones explica que os monges passam várias semanas
trabalhando no design, tipicamente geométrico, a partir de um processo
exaustivo de trabalho com areia.
Após semanas e semanas eles finalmente finalizam uma
obra-prima, só para… desmanchar. Eles fazem isso para simbolizar a inconstância
da vida. Yoga Jones aproveita a
oportunidade de chegar mais perto, olhar Piper Chapman no olho e explicar que
nada é permanente, nem mesmo o tempo que ela está servindo ali. Seu desafio é
encarar esse período como os monges, e fazer algo bonito do período em que está
lá, até que ele se vá completamente.
Ninguém chegou mais perto de explicar ou articular a
minha abordagem para a esclerose
múltipla do que a personagem Yoga
Jones de “Orange is the New Black”.
A minha esclerose múltipla é um grande banco de areia,
e é meu trabalho moldá-la na mais bela arte que eu puder, até que ela não
esteja mais lá. É por isso que eu continuo caminhando. Eu rezo para que você
faça algo bonito com qualquer coisa que o universo lhe entregue meu amigo. Namastê.
Referência:
Site Living Like You. Disponível em
Rodrigo
Rodrigo
é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí,
SP, Brazil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o
ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário