Oi Amiga,
Oi Amigo,
Hoje eu quero falar do
termo PAZ.
Falar de paz se tornou tão comum que às vezes perdemos o que de fato
significa paz. A palavra desbotou, mas a esperança de paz, não. Paz é entendida
como um estado de ordem, de tranqüilidade. Indo a fundo neste tal estado,
percebemos que ordem e tranqüilidade estão relacionadas com relações humanas.
Pensar a paz, é pensar a paz entre pessoas. Por isso a idéia que muitos tem de
buscar a paz em uma ilha deserta, sozinhos e isolados, tem mais uma condição de
fuga do que qualquer outra coisa.
A paz é algo a ser sempre construída, porque é o ideal humano. Quando
pensamos em Reino de Deus, pensamos em um Reino onde as relações entre as
pessoas são relações fraternas, ou seja, relações de paz. Isso não é um
presente, é uma conquista. Por ser uma conquista, precisamos tomar cuidado com
a idéia de paz como conceito negativo. Paz não é a ausência de conflitos, por
isso para aqueles que querem se desvencilhar de um determinado problema ou
situação para se ter paz, certamente virão outras situações...e quando teremos
paz?
Quando vivermos a paz, quando somos instrumentos de paz, em meio aos
conflitos.
E por falar em ser instrumento de paz, lembro aqui um pensamento de H.
Küng: “Não haverá paz no mundo, se não houver paz entre as religiões”. Falamos
de paz como relação humana.
As religiões são essencialmente relação. Relação do humano com o
Sagrado, que reflete no humano com o humano. Vejam o que foi escrito: humano com
o humano, e não católico com católico, ou budista com budista, ou mulçumano com
mulçumano. A paz se constrói pelas pessoas e não por seus rótulos ou por suas
formas de expressão. Isso me lembra um episódio com a Madre Teresa de Calcutá:
perguntaram a ela qual era a religião das tantas pessoas que diariamente ela
ajudava. Ela respondeu: não sei, nunca perguntei! A paz brota do coração e não
dos nossos interesses. Porque os nossos interesses são nossos, cada um tem o
seu. Mas o amor...ah, o amor...é o interesse da raça humana, é o interesse de
um mundo de fraternidade, por isso, é o interesse de todas as religiões. É
preciso lembrar disso antes de assumir posturas que excluem aqueles que pensam
e expressam sua fé de forma diferente, tão diferente que às vezes são mais
eficientes em construir um mundo de paz do que nós mesmos.
Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose
Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M.
conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de
dificuldades físicas.
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