quarta-feira, 11 de maio de 2016

Paz...tão lembrada...tão esquecida...



Oi Amiga, Oi Amigo,

O post anterior me fez receber muitos comentários por causa do tema que eu tratei. Alguns eu já respondi, outros vou responder conforme eu conseguir.

Hoje eu quero falar do termo PAZ.

Falar de paz se tornou tão comum que às vezes perdemos o que de fato significa paz. A palavra desbotou, mas a esperança de paz, não. Paz é entendida como um estado de ordem, de tranqüilidade. Indo a fundo neste tal estado, percebemos que ordem e tranqüilidade estão relacionadas com relações humanas. Pensar a paz, é pensar a paz entre pessoas. Por isso a idéia que muitos tem de buscar a paz em uma ilha deserta, sozinhos e isolados, tem mais uma condição de fuga do que qualquer outra coisa.

A paz é algo a ser sempre construída, porque é o ideal humano. Quando pensamos em Reino de Deus, pensamos em um Reino onde as relações entre as pessoas são relações fraternas, ou seja, relações de paz. Isso não é um presente, é uma conquista. Por ser uma conquista, precisamos tomar cuidado com a idéia de paz como conceito negativo. Paz não é a ausência de conflitos, por isso para aqueles que querem se desvencilhar de um determinado problema ou situação para se ter paz, certamente virão outras situações...e quando teremos paz?

Quando vivermos a paz, quando somos instrumentos de paz, em meio aos conflitos.

E por falar em ser instrumento de paz, lembro aqui um pensamento de H. Küng: “Não haverá paz no mundo, se não houver paz entre as religiões”. Falamos de paz como relação humana.

As religiões são essencialmente relação. Relação do humano com o Sagrado, que reflete no humano com o humano. Vejam o que foi escrito: humano com o humano, e não católico com católico, ou budista com budista, ou mulçumano com mulçumano. A paz se constrói pelas pessoas e não por seus rótulos ou por suas formas de expressão. Isso me lembra um episódio com a Madre Teresa de Calcutá: perguntaram a ela qual era a religião das tantas pessoas que diariamente ela ajudava. Ela respondeu: não sei, nunca perguntei! A paz brota do coração e não dos nossos interesses. Porque os nossos interesses são nossos, cada um tem o seu. Mas o amor...ah, o amor...é o interesse da raça humana, é o interesse de um mundo de fraternidade, por isso, é o interesse de todas as religiões. É preciso lembrar disso antes de assumir posturas que excluem aqueles que pensam e expressam sua fé de forma diferente, tão diferente que às vezes são mais eficientes em construir um mundo de paz do que nós mesmos.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

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