sábado, 23 de junho de 2012

Depoimento: Glauce R.


(O depoimento a seguir é opinião pessoal da pessoa que fez o depoimento. O Blog não faz julgamentos dos depoimentos. Não são mencionados nomes de médicos, de laboratórios e de remédios. Não é postado o nome completo de quem faz o depoimento. As mesmas perguntas são passadas a todos que escrevem seus depoimentos)

Você e a EM

Questões:
1.     Há quanto tempo você ficou sabendo que tem EM?
Fiquei sabendo em setembro de 2001, portanto há 11 anos.

2.     Conte, um pouco, sobre como você ficou sabendo que tinha EM?
Comecei a não sentir mais o meu dedão do pé esquerdo. Depois veio o formigamento que aos poucos foi tomando conta de toda minha perna esquerda até chegar na minha barriga. Durante este tempo, paralelamente, fui me sentindo cada vez mais cansada (com muita fadiga) e também com desequilíbrio, não conseguia entender os passos “esquisitos” que eu estava dando...

3.     Como você e a sua família lidaram com isso?
Depois que o médico pediu os exames de Ressonância Magnética. e Líquor (em menos de 1 mês) fui diagnosticada. Isto caiu como uma BOMBA sobre a minha família, pois além de eu nunca ter ficado doente antes, a notícia de uma doença sem cura e sem saber quais seriam as suas conseqüências nos assustou bastante. Por muitas coisas que vieram a acontecer (dentre as quais fiquei na cama por 3 longos meses sem me mexer), minha família, principalmente meus pais, se uniram mais ainda buscando forças quase desconhecidas para superar tal fase. Usávamos o BOM HUMOR perante as adversidades. Juntamos nossa fé em Deus para superar este momento. E com certeza ELE nos ajuda até hoje. Sem demagogia, não importa qual seja o seu credo, sua religião, sua filosofia. O mais importante é que você acredite em algo, pois nunca estamos sós!!!!

4.     O que você diria para alguém que soube recentemente que tem a EM e se encontra com muito medo para enfrentar essa nova realidade?
Eu digo o seguinte: nós somente perdemos o medo quando o enfrentamos. Como assim? Conhecer a doença e tentar lidar com as dificuldades, superando e aprendendo sempre sobre si mesmo é um caminho para o autoconhecimento, tão importante para nós portadores quanto para qualquer ser humano.

5.     O que você diria para os familiares de alguém que soube recentemente que tem a EM?
Embora seja um momento difícil, muitas vezes complicado, usar de união e compreensão ajudará muito o portador a passar pelos momentos mais desafiadores da doença, a família, os amigos, os parentes queridos, formam um porto seguro importante para a recuperação.

6.     Hoje como você se relaciona com a EM?
            - Alegrias: poder andar no parque, sair com amigos, passear, comer pipoca, ir ao cinema...

            - Decepções: ir a lugares que não tem acesso aos portadores.

            - Superações: Continuar sempre buscando minha melhora, poder andar, nadar, sorrir, viver....

7.     Como você se vê hoje, depois de ser diagnosticado com EM?
Hoje eu me sinto assim: cada dia é um dia, um recomeço, uma surpresa. Tem vezes que eu fico frustrada por não ter conseguido fazer alguma coisa (como arrumar a bagunça do meu quarto!!!), e outras vezes me sinto feliz por ter ajudado minha mãe na cozinha, ter cuidado das plantas, ter feito meus trabalhos em mosaico...
Glauce R.

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