quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ultrapassando nossos limites

Inseguranças, medos e incertezas são comuns a qualquer pessoa. O que não é comum é a resposta que cada um resolve dar e como a pessoa vai se relacionar com estas questões. Há pessoas que vão ultrapassar estes conceitos transformando inseguranças em seguranças, transformando medos em atitudes e transformando incertezas em certezas. E há pessoas que se decidem por ter inseguranças, medos e incertezas. Você escolhe qual resposta que vai querer escolher.

A nossa procura pelo ideal faz com que nós nos esqueçamos das nossas fragilidades e de nossas fraquezas. Há uma história sobre um homem que procurava a mulher ideal e saiu pelo mundo a procura dessa mulher. Percorreu muitos lugares do mundo até que encontrou esta mulher mas não se acertaram, não conseguiram se relacionar, porque ELE não era o homem ideal. Isso vale para as pessoas que ficam sempre nos pensamentos ideais e não-ideais. E quando não ficamos nestes extremos somos capazes de encontrar o ideal no não-ideal. Esta é a grande beleza do viver de cada um. Dentro de todas as limitações, que cada pessoa pode ter, encontramos formas que vão além dessas limitações. Por isso temos de vencer as nossas realidades lembrando que, as vezes, a pessoa aumenta muito a sua realidade.

A EM é uma doença humanamente desafiadora. É uma doença que mexe com as 'seguranças', com as 'estabilidades', com as 'certezas', com as 'aceitações', com as 'fragilidades' e com a forma de se relacionar de cada pessoa. Duas 'parentes' próximas a estes desafios são o medo e a ansiedade que sempre devem ser combatidos e superados.

O ato criativo acontece, muitas vezes, de uma dor. Foi o que aconteceu com Beethoven, com Van Gogh, com Nietzsche, com Cecília Meireles, com Fernando Pessoa, entre outros. A vida com qualidade, ou melhor, a vida realmente com vida, acontece em meio a sofrimentos que cabe a nós transformá-los em pérolas. Esse é o grande poder criativo humano.
Rodrigo Drubi

Um pouco da minha história

Meu nome é Rodrigo. Sou paulistano e moro em São Paulo, capital. Tenho 38 anos. Fui diagnosticado com EM há 3 anos, em 2008. Sou formado em Engenharia Civil na USP. Depois fiz teologia e um pouco de filosofia. Comecei a dar aulas de teologia em várias faculdades em São Paulo. Depois faço o mestrado em teologia. E depois vou para Louvain-la-Neuve, Bélgica, na UCL, para fazer o doutorado em teologia. Lá que me diagnosticam a esclerose múltipla (EM) que lá chamam de esclerose em placas. Voltei para o Brasil.

Em um primeiro momento me soou essa volta como uma derrota. 

Hoje eu vejo como uma vitória pois aceitei as minhas dificuldades estando disposto a mudar o 'status quo', a forma padrão, de dificuldades para superações e superações, redirecionando a minha forma de se relacionar com a vida.

Acabamos por rever os nossos conceitos. Eu acho que a EM é 'um puxão de orelha' em nós da vida dizendo: VIVA! VÁ VIVER! 
Rodrigo