segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Alem do Esperado!


AME
Oi Amiga, Oi Amigo,

Recebi um email que me chamou Muito a atenção! Foi do Brasil, que me falava que a pessoa deixou de acreditar na sua relação com seus amigos, pois Parece que Tudo mudou nas suas relações pessoais e a fazia ficar triste, muito triste.

Lembrei-me do pensamento de Platão sobre um retrato da condição humana que ele discutiu em uma metáfora bem conhecida pela filosofia. Conhecida como a ‘Caverna de Platão’.

Um resumo sobre essa metáfora:

Pessoas estão sentadas em uma caverna escura, assistindo a sombras projetadas sobre a parede, pensando que estão vendo a realidade. Se você tirasse uma dessas pessoas da caverna, a luz do dia a ofuscaria tanto que ela não conseguiria ver nada. Mas, com o tempo, ela poderia olhar ao seu redor, ver o mundo real e até mesmo a fonte de tudo que o ilumina: o Sol.

Se ela voltasse à caverna e tentasse explicar a verdade para seus habitantes, eles não apenas ririam dela, mas a matariam. Os habitantes da caverna são as massas ignorantes, as sombras são objetos particulares, físicos e efêmeros. A pessoa que escapa da caverna é o filósofo; o Sol é o Bem.

Isso coloca a questão: se a verdade de Platão está fora do mundo físico, ela realmente existe?

É possível, ou até mesmo desejável, deixar a caverna?

Falei isso para a pessoa que entrou em contato comigo, para incentivar que deixe ‘a sua caverna’ e conheça novas realidades!

Rodrigo


domingo, 9 de outubro de 2016

A Amizade vence o medo!



AME

Oi Amiga, Oi Amigo,

Chegou-me um email de um país da África onde a pessoa dizia que acabara de saber que tinha a EM e que estava com muito medo!

Nenhuma novidade, pois esse tipo de surpresa afeta os seus familiares e afeta a própria pessoa!

Não conheço a realidade da pessoa e como é a estrutura médica do país que ela vive, mas ela vai precisar de algo que alcança valores maiores, a Amizade!

Tenho Certeza de que é Possível ter novos amigos. As pessoas se relacionam entre si e essas relações modificam as suas ideias iniciais sobre elas mesmas. Então como entender a amizade se não nos relacionamos com os nossos amigos? Por isso sempre devemos estar entre amigos, vivenciar estas relações de amizade e fazermos também Novos amigos.

A dúvida que, para uns é de difícil envolvimento, para outros é motivo de crescimento.

A pessoa depois me enviou um email dizendo que ela começou a refletir como estava conduzindo a sua vida a ponto de não pensar mais no que foi diagnosticado para ela e que ela estava se sentindo melhor!

Fiquei feliz em ser útil para ela!

Rodrigo

sábado, 27 de agosto de 2016

Amplie seus Limites


AME

Oi Amiga, Oi Amigo,

o mês de Agosto é conhecido como ‘Agosto Laranja’ pois dia 30 é o Dia de Conscientização da Esclerose Múltipla!

Muitas e Muitas e Muitas Associações estão divulgando isso!

A palavra Chave disso tudo é ‘CONSCIENTIZAÇÃO’

Formar Consciência sobre algo que Ou a pessoa vai evitando em conhecer Ou a pessoa Pensa que conhece Ou...Ou...

Eu não pretendo entrar na questão histórica, mas posso adiantar que temos de conhecer outras pessoas que são diferentes de nós! Nenhuma novidade, mas muitas pessoas se esquecem disso.

O Desenho postado acima é a logomarca da EM. Perceba que possui uma parte circular, Sem arestas, Sem cantos, Sem limites!

Amplie seus limites!

Rodrigo

segunda-feira, 27 de junho de 2016

As religiões no mundo virtual


AME
Oi Amiga, Oi Amigo,

A internet é apresentada como uma ferramenta de comunicação. Na verdade é bem mais do que isso: é uma nova forma de se comunicar que exige uma renovação em todo o processo comunicativo. Acontece em todas as dimensões do relacionamento humano. Em especial também na dimensão da fé. Como pensar a fé frente à dinâmica da internet? Considerando que é uma comunicação rápida, abrangente e muitas vezes solitária, como as religiões podem participar deste “novo mundo” sem perder a sua identidade?

Precisamos ter presente que toda religião é fundamentalmente comunicação. Seja o humano se comunicando com o divino, seja o divino se comunicando com o humano. As religiões comunicam suas experiências de fé.

Hoje vivemos uma era onde impera a tecnologia da informação. É o que J. Zuffo chama de “a infoera”. Esta tecnologia questiona inclusive as religiões sobre o “como comunicar”. Se ao se sistematizarem, as religiões sempre desenvolveram “o quê comunicar”, hoje essa necessidade passa a um segundo plano. Não porque perde a importância as constantes releituras e atualizações das doutrinas religiosas, mas sim porque a velocidade e a dinâmica que a tecnologia da informação imprime, exige reações de mesma magnitude. A reflexão de hoje não pode acompanhar tal dinâmica, mas são referenciais para as comunicações futuras. Porém fica a necessidade da comunicação de hoje, do momento, do instante, que não espera a resposta da reflexão. Temos então um desafio para as religiões: como ser eficiente ao comunicar respostas aos questionamentos humanos, com a agilidade que o mundo atual exige, sem perder sua identidade doutrinal?

Precisamos perceber que o “como se comunicar” e “o quê se comunicar” exigem cuidados e sistematizações diferentes. A realidade da comunicação virtual exige cuidados específicos no âmbito do “como se comunicar”. O mundo virtual não pretende influenciar o conteúdo da informação, mas determina condições específicas em seus processos comunicativos. Por isso as religiões devem se preparar também para a comunicação pela internet de uma forma especial para este veículo, e não transferindo técnicas que eram utilizadas em outros meios e veículos de comunicação para esta nova realidade.

A percepção e o entendimento da internet como uma realidade que deve obrigatoriamente fazer parte do cotidiano do ser humano já é patente entre as religiões.

Na perspectiva das inúmeras possibilidades positivas apresentadas pela Internet, não é aceitável hesitar timidamente, por medo da tecnologia ou por algum outro motivo.

Foi realizada uma pesquisa em sites de língua portuguesa através de um site de busca com uma base de dados de mais de 6 milhões de páginas. O objetivo da pesquisa era apenas de caráter lingüístico. Sem a preocupação da interpretação das palavras utilizadas nos sites, a pesquisa procurou quantificar a ocorrência de algumas palavras chaves. Chegamos aos valores de ocorrência de determinadas palavras nos sites. Esses valores não possuem utilidade se utilizados de forma separada, porém são bem interessantes para uma análise comparativa. Segue algumas informações resultantes desta pesquisa:

a palavra Deus aparece mais do que palavras como remédio, pessoa, alimentação, futebol, político, médico/a, advogado/a, deputado/a, vereador/a, pai, mãe.

 as palavras Deus, Igreja, Cristo, religião e fé somadas possuem uma ocorrência maior do que palavras como saúde, trabalho e política.

Consideramos um grupo de religiosos e sacerdotes compostos pelas palavras Padre, Bispo/a, Pastor/a, Rabino/a, Sheik, Monge/ja. Esse grupo é superior à ocorrência das palavras advogado/a, engenheiros/a, deputado/a, vereador/a, senador/a, pai/mãe e político.

Esta pesquisa mostra que o universo religioso já está participando significativamente da internet. A grande questão é a participação de forma adequada do ponto de vista comunicativo. O novo veículo (internet) exige uma nova forma de se comunicar e não uma transferência de modelos antigos. É preciso lembrar também que se encontramos uma grande oferta de sites que tratam de assuntos religiosos, há também significativa visitação destes sites, ou seja, há também grande demanda. Por isso a comunicação no mundo virtual atinge considerável número de pessoas e reflete no campo religioso físico.

A internet potencializa a capacidade de comunicar, ultrapassando barreiras geográficas, temporais e sociais. A comunicação inadequada também é potencializada produzindo situações negativas de grande porte. Um programa ruim de televisão leva no máximo a uma mudança de canal por parte de quem assiste. A televisão é um veículo de comunicação passiva. A grande novidade da internet é sua interatividade que muitas vezes acontece em tempo real. Quem entra em um site, além de receber as informações contidas no site, reage a essas informações e acrescenta novas informações. Há possibilidades de debates e discussões no momento em que se colocam as informações. A dinâmica da comunicação caracteriza a internet.

Finalizamos estas reflexões com uma alerta: As relações mantidas eletronicamente jamais podem substituir o contato humano direto. As religiões não podem perder a dimensão humana dos relacionamentos. Pensar em um mundo virtual só tem sentido como complementar ao mundo físico. O fechamento a uma nova forma de comunicar ou a adoção dessa nova forma como única, não pode fazer parte de nenhum projeto religioso. As religiões devem fazer parte do mundo, do mundo todo, inclusive do mundo virtual.

Rodrigo


quarta-feira, 1 de junho de 2016

O melhor tratamento




AME

Oi Amiga, Oi Amigo,

Em meio a tantas discussões sobre qual remédio eu devo usar para a EM me sinto meio perdido.

São remédios novos que aparecem. Outros utilizados já há muito tempo. Remédios via oral ou remédios injetáveis? Vitaminas ou, ou...

Não, eu Não sou médico, mas essas discussões aparecem principalmente quando a TV dificulta isso ao não informar direito o que são essas coisas.

O melhor tratamento é a INFORMAÇÃO, por isso os blogs participam de forma importante.

Foi descoberto uma forma de pesquisar sobre a EM em um país bem distante do meu, o Brasil, e só hoje vieram muitas perguntas para mim: ‘você viu, você viu, você viu...’

Eu sei que as pessoas se preocupam em ter remédios que podem curar. Mas o caminho ainda é longo. Precisa de Muita pesquisa! A boa Ciência funciona assim. Vamos aguardar.

Rodrigo

terça-feira, 24 de maio de 2016

Dia Mundial da Esclerose Múltipla




Oi Amiga, Oi Amigo,

Dia 25 de maio é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla!

O mundo inteiro está discutindo sobre o tema deste ano, a “Independência”

É um tema que pode Parecer comum, mas Não é!

Não ser dependente das pessoas significa ser capaz de vencer os seus obstáculos!

Um exemplo bem claro disso são as escadas! É pedir muito que as escadas tenham corrimãos? Nos países desenvolvidos até tem corrimãos, mas, às vezes, Não possuem!

O tema “Independência” foi bem escolhido! Mostra que as pessoas Não querem depender das outras pessoas para fazer suas atividades Mas se precisarem de algum tipo de ajuda que Elas decidam sobre isso! Que elas decidam sobre isso!

A Federação Internacional de EM é uma rede global única de organizações de EM. São 47 organizações membros em todo o mundo!

Gosto muito da frase: ‘A Esclerose Múltipla não pode me impedir’. A campanha da MSIF Mostra bem isso!

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Teologia leiga...sei...ou Não sei?



Oi Amiga, Oi Amigo,

O leigo e a leiga são sempre povo de Deus, ou seja, não um povo qualquer, mas o povo com o qual Deus se relaciona e se faz presente em suas realidades históricas. Teologia leiga é Teologia Povo de Deus.

Falta ainda uma direção para essa Teologia Povo de Deus. Será uma Teologia para o povo de Deus ou a partir do povo de Deus? Existe aqui uma diferença significativa de concepção. A primeira nos remete a uma teologia que se sistematiza de forma independente, fora da realidade do povo de Deus. São definidos os conceitos teológicos e em seguida aplicados à realidade humana. A segunda direção é por uma teologia sistematizada dentro da realidade do povo de Deus. Ela nasce no ambiente deste povo.

Para decidirmos entre uma ou outra direção utilizaremos Lc 11,29-32, quando Jesus responde aos questionamentos do povo, dizendo que para aqueles que precisam de sinais, será dado apenas o sinal de Jonas. O profeta Jonas e sua pregação em Nínive demonstram bem essa problemática da teologia “de fora para dentro” (quando sistematizada e em seguida aplicada à realidade do povo) e a teologia “de dentro para fora” (quando nasce no ambiente do povo e em seguida se sistematiza).

A pregação de Jonas encontra um povo condenado com a injustiça social. É um povo pagão, que com uma atualização para os nossos dias, é um povo qualquer, que não professava a mesma fé que o profeta Jonas. Pela pregação o povo se arrepende e, por isso, acaba sendo salvo por Deus. Não deixaram de ser pagãos, o que irrita profundamente o profeta Jonas. A teologia de Jonas é “de fora para dentro”, por isso não compreende como esse tipo de atitude pode libertar, por não conseguir enquadrar tal atitude nas definições desta teologia. A salvação de Deus acontece pela mudança de atitude dos ninivitas e a partir disto, se constrói a teologia da salvação de Deus. A pregação de Jonas, o arrependimento e a salvação dos ninivitas apresentam o caminho da teologia “de dentro para fora” como a direção que deve seguir uma teologia e, portanto, ser teologia a partir do povo de Deus.

A teologia do profeta Jonas indica outro caminho, porém o profeta faz o que Deus mandou, mesmo não concordando. Esse desacordo será motivo do último diálogo do livro, entre Jonas e Deus.

Mesmo que a teologia aponte um caminho inadequado, a missão do profeta se realiza porque Deus e seus caminhos se apresentam antes da teologia. Pela missão, pelo anúncio e pela conversão, os ninivitas são salvos, mesmo contra tal teologia. É preciso, portanto, desenvolver outra teologia que parte da realidade desses ninivitas, uma teologia “de dentro para fora”.

Jesus apresentou o sinal de Jonas como o único sinal, e nos arriscaríamos a dizer, como único caminho possível para a teologia. Qualquer tipo de teologia que não aflore e não se vitalize na realidade do povo de Deus, não faz parte do que o sinal de Jonas indicou, e não pode ser também sinal do Reino inaugurado por Jesus.

Juan L.Segundo, importante teólogo latino-americano, nos alerta para um perigo ao utilizarmos esta direção: “O homem encontrará o Deus vivo unicamente no homem e em sua história. Não nas alturas, nem no além. Mas, por outro lado, não conseguirá captar o Deus vivo somente a partir da história do homem. Deus se revela na história, mas não aflora da história”

Precisamos ter o cuidado de não construirmos Deus pela nossa realidade. A teologia acontece a partir do povo de Deus, mas com o dado da Revelação atualizado pela teologia. “Todas as funções e estruturas eclesiais, desde o magistério ao sacramento, do pontificado ao laicato, não tem outro sentido senão a tradução criadora de uma mensagem falada em outras circunstâncias, aos problemas que levanta hoje o homem sujeito à história”. É o que o teólogo chama de “sensibilidade histórica”. É esta sensibilidade que faz com que a teologia perceba a realidade do povo de Deus, realize a interação com esta realidade, se torne atual e seja relevante como elemento de construção do Reino. Por isso, além de estar presente na realidade do povo de Deus, é necessário também percebê-la em suas estruturas (sensibilidade), integrando a ela o dado da fé. Esta é a teologia a partir do povo de Deus.

Falar de uma teologia a partir do povo de Deus é falar ao mesmo tempo de uma teologia situada nas realidades deste povo, mas também de uma teologia crítica e coerente com a Revelação. Ser coerente é ser sensível, sendo capaz de exercer o discernimento. O teólogo e a teóloga devem estar em constante processo de discernimento, onde possam perceber quando a sua teologia leva à salvação, e quando leva ao deserto ou ao fundo do mar.

O leigo e a leiga são povo de Deus. Teologia leiga é teologia Povo de Deus. Como? A partir do povo de Deus, atualizando o dado da fé Revelada. Não há sentido em um caminho diferente, pois condenaria os ninivitas de ontem, de hoje e de amanhã. A irritação do profeta Jonas nos mostra a dificuldade e nos desafia a transformarmos a teologia que aparece como senhora da verdade, para sua real função, a de serva desta Verdade.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Paz...tão lembrada...tão esquecida...



Oi Amiga, Oi Amigo,

O post anterior me fez receber muitos comentários por causa do tema que eu tratei. Alguns eu já respondi, outros vou responder conforme eu conseguir.

Hoje eu quero falar do termo PAZ.

Falar de paz se tornou tão comum que às vezes perdemos o que de fato significa paz. A palavra desbotou, mas a esperança de paz, não. Paz é entendida como um estado de ordem, de tranqüilidade. Indo a fundo neste tal estado, percebemos que ordem e tranqüilidade estão relacionadas com relações humanas. Pensar a paz, é pensar a paz entre pessoas. Por isso a idéia que muitos tem de buscar a paz em uma ilha deserta, sozinhos e isolados, tem mais uma condição de fuga do que qualquer outra coisa.

A paz é algo a ser sempre construída, porque é o ideal humano. Quando pensamos em Reino de Deus, pensamos em um Reino onde as relações entre as pessoas são relações fraternas, ou seja, relações de paz. Isso não é um presente, é uma conquista. Por ser uma conquista, precisamos tomar cuidado com a idéia de paz como conceito negativo. Paz não é a ausência de conflitos, por isso para aqueles que querem se desvencilhar de um determinado problema ou situação para se ter paz, certamente virão outras situações...e quando teremos paz?

Quando vivermos a paz, quando somos instrumentos de paz, em meio aos conflitos.

E por falar em ser instrumento de paz, lembro aqui um pensamento de H. Küng: “Não haverá paz no mundo, se não houver paz entre as religiões”. Falamos de paz como relação humana.

As religiões são essencialmente relação. Relação do humano com o Sagrado, que reflete no humano com o humano. Vejam o que foi escrito: humano com o humano, e não católico com católico, ou budista com budista, ou mulçumano com mulçumano. A paz se constrói pelas pessoas e não por seus rótulos ou por suas formas de expressão. Isso me lembra um episódio com a Madre Teresa de Calcutá: perguntaram a ela qual era a religião das tantas pessoas que diariamente ela ajudava. Ela respondeu: não sei, nunca perguntei! A paz brota do coração e não dos nossos interesses. Porque os nossos interesses são nossos, cada um tem o seu. Mas o amor...ah, o amor...é o interesse da raça humana, é o interesse de um mundo de fraternidade, por isso, é o interesse de todas as religiões. É preciso lembrar disso antes de assumir posturas que excluem aqueles que pensam e expressam sua fé de forma diferente, tão diferente que às vezes são mais eficientes em construir um mundo de paz do que nós mesmos.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O que Deus Não É!






Oi Amiga, Oi Amigo,

Hoje, nas dificuldades do dia a dia, cada vez mais as pessoas estão buscando Deus. Nesta procura aparecem algumas perguntas: Como é este Deus? Onde Ele está?

Como podemos buscar algo que não conhecemos? Caso O encontremos, como saber que de fato é Deus?

Deus se apresentou e se apresenta a todos os povos de diferentes maneiras, razão pela qual existem várias religiões. Vamos escolher um caminho para procurar conhecer Deus. Esta escolha será através de Cristo e da Bíblia, que é a Palavra Revelada por Deus. Não é a única escolha, e sim é uma escolha, pois muitas religiões levam até Deus.

Voltando àquelas perguntas do primeiro parágrafo, a única pista para responder a todas elas é de que nunca entenderemos como é Deus, porque se entendermos Deus isso vai significar que Ele será do tamanho de nossa inteligência, só que Ele é bem maior! Ainda bem que na Sua eterna sabedoria, Deus se Revela para nós em sua Palavra e na pessoa de Jesus Cristo deixando claro o que Deus não é!

A imagem de Deus na Bíblia se desenvolve, se Revela, aos poucos para a humanidade. No início, a partir do livro do Gênesis, Deus conversa diretamente com o homem na pessoa de Adão. Acontece o pecado original e esta ligação é rompida. O desenvolvimento Bíblico apresentará, em seguida, a comunicação de Deus com os patriarcas e depois com os profetas para que estes transmitam a Palavra ao povo. Ao falar diretamente com o homem, a Palavra de Deus não foi entendida. Ao usar os patriarcas e os profetas para passar Sua Palavra, o povo também não entendeu. A próxima e definitiva tentativa de Deus será vir Ele mesmo até nós, se encarnando como Jesus Cristo, para anunciar Sua Palavra e mostrar como esta deve ser realizada. Como está escrito no prólogo do Evangelho de João: “e o Verbo se fez carne!”

Em Jesus encontramos dois aspectos fundamentais:

-          Revelação definitiva: Jesus é a Revelação DEFINITIVA de Deus. Não é necessário nenhum outro acréscimo. O que Deus tinha para esclarecer, Jesus esclareceu. A vida e as obras de Jesus esclareceram. Deus não tem mais nada para dizer, porque já disse tudo, cabe a nós entendermos e interpretarmos, à luz da Fé. Por isso, ficam abolidas outras Revelações posteriores. Tudo foi Revelado na pessoa de Jesus.

-          Jesus mostra: Diferente de falar à Adão ou aos profetas, Jesus vai falar e mostrar o que Deus quer das pessoas. Jesus fala de Amor e mostra o que é amar. Fala de perdão e mostra o que é perdoar. A vida de Jesus é a prática do Reino de Deus. Quando Deus se encarna como Jesus, junta a teoria e a prática da Sua Palavra.

Ao se Revelar para nós, como já foi dito antes, Deus não nos diz claramente como Ele é pois não podemos entendê-lo. Mas estudando e meditando sobre a Revelação, entendemos como Deus não é. Vamos ver o que Deus não é:

-          Deus NÃO é rancoroso, NÃO é castigador: quantas vezes o povo de Israel descumpriu suas promessas para com Deus? Os apóstolos abandonaram, traíram, não acreditaram em Jesus e qual foi o castigo? Em Lc 14,11-31 o filho pródigo é recebido com festa pelo pai, mesmo depois de todas as suas faltas, e volta por que estava com fome e não porque se arrependeu. O pai o acolhe, porque é pai, e Deus é Pai.

-          Deus NÃO erra: Toda a manifestação de Deus é CERTA. Não existe erros. Se Deus se enganasse ou mudasse de idéia não seria Deus. Alguma vez Jesus mudou de idéia ou errou uma profecia nos Evangelhos?

-          Deus NÃO prende o ser humano: Cada pessoa é livre para optar pelo bem ou pelo mal. Deus em sua infinita sabedoria nos dá o que chamamos de livre arbítrio. Se Deus interferisse diretamente na vida das pessoas, não haveria este livre arbítrio. Cada um é livre para escolher seus caminhos, mas também responderá pelas conseqüências.

-          Deus NÃO tem a obrigação de intervir em nossos problemas: Se quero beber bebidas alcoólicas excessivamente e depois de certo tempo adquiro um câncer no fígado, não é Deus o responsável por isso e também não é responsabilidade Dele me curar. Deus nos deu uma vida, uma inteligência e um mundo com os mais variados recursos para nos desenvolvermos. O maior milagre é estarmos vivos. Estar vivo basta para lutarmos contra as adversidades da vida: doenças, acidentes, medos, depressões e outras mais. Jesus cura um leproso e não todos os leprosos do mundo. Jesus cura um paralítico e não todos os paralíticos do mundo. Suas curas são para mostrar como deve ser o Reino de Deus: sem dor, sem medo e sem opressão. Aquele que está oprimido deve ser ajudado pelos outros. A cura não precisa ser física, deve ser para estabelecer relacionamentos fraternos entre as pessoas. Não foi Deus que colocou a dor no mundo e não será Ele que irá tirá-la. A dor é conseqüência do que passamos ou fazemos com nossa vida. Qual pai que gostaria que seu filho não quebrasse a perna jogando bola, ou não tivesse uma desilusão amorosa, ou não perdesse o emprego? Mas a liberdade da vida tira o controle sobre estes infortúnios. Se Deus resolvesse impedir de quebrarmos nossa perna jogando bola ou que não percamos o emprego, não seríamos livres e a vida não teria o menor sentido. Não existiria aprendizado e escolhas, e sim um cumprimento de um roteiro, como em um teatro.

-          Deus NÃO deixa de amar seus filhos: Jesus amou toda a sua vida. Mostrar como deve ser o Reino de Deus, mais do que curar, foi lutar contra tudo o que oprime nas pessoas. É desvendar o que está por trás da realidade de cada um. A lepra mais do que uma doença, é a separação do leproso da sociedade, é a exclusão. O Amor de Jesus é o que diz: “ eu me importo com você, você tem lepra mais eu toco em você ” (o que era proibido na época). Jesus não quis acabar com a lepra do mundo, Jesus quer reatar as pessoas mostrando que mesmo com doenças e níveis sociais diferentes, todos são iguais e merecem o igual respeito. Segundo o Evangelho de João, Jesus é Amor, e portanto, Deus é Amor! Procure onde há amor e encontrará Deus. Se temos dúvidas se encontramos Deus em determinado momento, é só verificar se existe amor, se não, certamente Deus não é.

-          Deus NÃO é o Deus da Lei:. Jesus resume os 10 Mandamentos em 2: Amar a Deus e Amar ao próximo como a si mesmo. Quem ama não mata, não rouba, não cobiça e tudo mais que estão descritos nos Mandamentos de Moisés. Quantas vezes Jesus cura em dia de sábado, que era proibido pela Lei judaica? Alguma vez Jesus ofereceu ou incentivou holocaustos e sacrifícios para Deus no Templo? Jesus quer o relacionamento fraterno entre as pessoas acima de rituais e leis. É um Deus que resumiu todas as suas leis em um verbo: amar.

Saber o que Deus não é não ajuda a entendê-lo, mas é fundamental para que não sejam criadas imagens e idéias erradas. Agostinho, um dos grandes teólogos do séc. V, vai dizer que não podemos tocar, nem ouvir, nem imaginar, nem olhar para Deus, mas podemos saboreá-lo, podemos experimentá-lo. O relacionamento humano com Deus se dá na experiência nossa com Deus, e, para que não haja dúvidas, o próprio Deus, na pessoa de Jesus, veio nos mostrar como fazer esta experiência.

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Resi... o que mesmo?



Oi Amiga, Oi Amigo,

Hoje me chegou novamente um texto que a pessoa falava sobre como a sua vida mudou quando soube que tinha EM (Esclerose Múltipla).

Depois de ela citar isso umas 15 vezes, até eu parar de contar, pensei sobre a importância de sermos resilientes. A Resiliência faz irmos ALÉM de qualquer coisa que se espera!

Vou postar abaixo um texto que eu fiz sobre a Resiliência:

Resiliência

O termo Resiliência é muito conhecido na Administração, na Ecologia, na Física, na Psicologia e em outras áreas do conhecimento. Resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após alguma situação crítica.

A resiliência é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão.

Depois de ouvir muitas vezes pessoas falando de seu passado, como eram e como não são mais, pensei no termo Resiliência, onde podemos nos realizarmos de maneira, às vezes, diferente do que éramos, mas podemos. É só querermos!

Conheci muitas pessoas que, apesar de lhe aparecerem a EM, modificaram a sua forma de realizar as suas atividades e se adaptaram a alguma dificuldade que possa ter aparecido e continuaram as suas atividades. De uma maneira diferente, mas continuaram! São pessoas Resilientes!

Mantenha a sua Resiliência! Isso mostra um ‘colorido’ em nossa existência!


Rodrigo

Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

terça-feira, 19 de abril de 2016

“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”



Oi Amiga, Oi Amigo,

Tudo bem?

Esta frase, o “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” é de um ótimo autor português, o Fernando Pessoa.

Esta frase lembra algumas coisas que precisamos sempre nos lembrar:

           - Tudo: esta palavra nos dá a noção de dimensão! Lembra-nos que estamos falando de qualquer coisa que pode ser importante para uns e não importante para outras pessoas. O importante é não ficarmos apenas na palavra e entendermos Além Disso. Preparamo-nos para ir ALÉM de qualquer forma de entendimento!

            - vale a pena: esta parte nos faz pensar no sentido das coisas. O ‘valer a pena’ é uma forma de entender que Tudo possui um significado e não podemos nos esquecer disso. Quando nos lembramos disso percebemos que se Importar com as coisas do mundo faz a pessoa participar do seu mundo e não ficar Apenas como um expectador passivo.

            - se a alma não é pequena: este trecho não pretende entrar na discussão corpo e espírito. Esse tipo de discussão fica para as religiões. O que eu e o Fernando Pessoa incentivamos é pensar no mundo em sua grandiosidade. Quem pensa pequeno vive em um mundo pequeno. Nosso mundo é maior que isso!

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Andando e andando...

Oi Amiga, Oi Amigo,

Tudo bem? Espero que sim!

Nosso olhar pode nos ajudar e nos atrapalhar, por isso olhe as coisas de maneira positiva e construtiva! É possível! É só querer!

Hoje me chegou um email da China me contando sobre as dificuldades de se morar na China. Eu pensei: Dificuldades NÃO são apenas chinesas, tem no Brasil, na Itália, na França, nos EUA, no Ceilão, em todo o mundo!

Para aqueles que estão acessando este blog pela primeira vez eu e a pessoa da China estamos falando das dificuldades em se ter a EM (Esclerose Múltipla). São dificuldades controláveis. O que é difícil controlar são os ‘achismos’ de outras pessoas. Segundo elas a EM é um monte de coisa e até já se conhece a solução. Sorte das 2,5 milhões de pessoas que são portadoras disso no mundo.

Também me chegou um email dos Estados Unidos me falando que estava muito isolada das outras pessoas. Lembrei-me de um texto que eu coloquei no meu livro Projetando..., A Corrente do Bem, e coloco abaixo:

A Corrente do Bem

Duas pessoas, muito doentes, ocupavam o mesmo quarto em um hospital. Uma delas ficava sentada em sua cama por uma hora, todas as tardes, para conseguir drenar o líquido de seus pulmões. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto.  A outra pessoa tinha de ficar deitada de bruços em sua cama por todo o tempo.

As pessoas conversavam muito. Falavam sobre seus amores e seus valores, as suas famílias, as suas casas, os seus empregos, onde elas costumavam ir nas suas férias. E toda tarde quando a pessoa perto da janela podia sentar-se ela passava todo o tempo descrevendo todas as coisas que ela podia ver através da janela.

A pessoa na outra cama começou a esperar por esse período onde seu mundo era ampliado e animado pelas descrições da outra pessoa. Ela dizia que da janela dava pra ver um parque com um lindo lago. Patos e cisnes brincavam na água enquanto as crianças navegavam seus pequenos barcos de brinquedo. Jovens namorados andavam de braços dados no meio das flores e as flores possuíam todas as cores do arco-íris.

Quando a pessoa perto da janela fazia suas descrições, ela o fazia de modo primoroso e delicado, com detalhes e a outra pessoa fechava os seus olhos e imaginava a cena pitoresca.  Em uma tarde quente, a pessoa perto da janela descreveu que havia  um desfile na rua, embora ela não pudesse escutar a música, ela podia ver e descrever tudo.

Dias e semanas passaram-se. Em uma manhã a enfermeira do dia chegou trazendo água para o banho das duas pessoas, mas achou uma delas morta. A pessoa que ficava perto da janela morreu pacificamente durante o seu sono à noite. A enfermeira chamou os atendentes do hospital para levarem o corpo embora.

Assim que julgou conveniente, a outra pessoa pediu, à enfermeira, que mudasse sua cama para perto da janela. A enfermeira ficou feliz em poder fazer esse favor para  a pessoa e depois de verificar que ela estava confortável, ela a deixou sozinha no quarto.

Ela se apoiou, em seus cotovelos, para conseguir olhar pela primeira vez pela janela. Finalmente ela poderia ver tudo por si mesma.  Ela se esticou ao máximo, lutando contra a dor para poder olhar através da janela e quando conseguiu fazê-lo deparou-se com um muro todo branco. Ela então perguntou a enfermeira o que teria levado a outra pessoa  a descrever-lhe coisas tão belas, todos os dias, se pela janela só dava pra ver um muro branco?

A enfermeira respondeu que aquela pessoa era cega e não poderia ver nada mesmo que quisesse. Talvez ela só estivesse pensando em distrair e alegrar um pouco mais a outra pessoa com suas histórias.

Há uma tremenda alegria em fazer as outras pessoas felizes, independente de nossa situação atual. Combata o individualismo!

Rodrigo
Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Sozinhos somos fracos e juntos somos FORTES!




Oi Amiga, Oi Amigo,

Eu estava caminhando quando eu vi a foto da flor acima. Uma flor que lembra sobre a fragilidade. Pensei como é frágil nossa existência.

Foi pensando nisso que recebi um email do Senegal também falando de fragilidade.

Eu e ela estávamos pensando em coisas parecidas e a flor que eu coloquei aqui traz uma lembrança sobre como lidamos com nossas fragilidades.

Perceba que a flor é exuberante e no seu habitat ela ULTRAPASSA a sua ação unindo-se com outras flores.

Por falar em fragilidade a pessoa me perguntou se isso poderia mudar e eu me lembrei de um post que eu tinha escrito aqui nesse blog e copio abaixo:

Hoje eu me lembrei de um professor que dizia que a melhor resposta quando você não sabe o que responder é utilizar a palavra ‘Depende’. Pode parecer evitar uma resposta, mas isso mantém a comunicação e permite que se procure possíveis respostas.

Um novo portador veio hoje me perguntar se ele iria ficar sem andar. Eu disse a ele que Depende. Depende de como o seu corpo reagiria às medicações que o seu médico iria receitar, Depende de que ele realizasse fisioterapias neurológicas, Depende de como ele reagiria perante dificuldades físicas que apareceriam, Depende de questões psicológicas que poderiam surgir para ele. Dependem de Muitas coisas!

Para perguntas desse tipo lembro sempre do filósofo Sócrates que expressou o pensamento ‘Só sei que nada sei’.

Precisamos estar ‘Abertos’ a novos conhecimentos. É permitindo novos conhecimentos com responsabilidade e consciência que iremos participar de novas informações sobre a EM. Estas informações estão surgindo.

Aí uma portadora me disse: mas Rodrigo isso está demorando muito!

Eu respondi para ela: Depende!

Pense o que era ter EM há 30 anos.

Sozinhos somos fracos e juntos somos FORTES!

Um abraço.

Rodrigo

Rodrigo é Teólogo, Engenheiro e portador de E.M. (Esclerose Múltipla). Vive em Tapiraí, SP, Brasil. Depois de saber que tinha a E.M. conheceu outros portadores que o ensinaram muito sobre como viver diante de dificuldades físicas.