quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O impossível se torna possível

Rodrigo Drubi

          O limite entre o impossível e o possível é, muitas vezes, sutil e até podem se equivalerem. Por exemplo as coisas que, no passado, nos pareciam impossíveis de acontecer, hoje elas podem acontecer. Mas não eram impossíveis?

          Então estas características variam muito. Vai depender de QUEM as vê e de COMO a pessoa está vendo elas. Um copo de água metade com água vai significar para uns que está metade cheio e para outros que está metade vazio. Qual a resposta certa? As duas respostas. Qual a interpretação da resposta? Depende de cada pessoa.

          Para tornar o impossível possível precisamos aumentar nossos horizontes de relacionamentos. É no ajudando o outro que acabamos por sermos ajudados. E quando somos ajudados queremos ajudar mais outras pessoas. Isso gera um ciclo de amor entre as pessoas. Isso constrói um mundo mais humano.

          Tem uma fábula japonesa que conta que havia dois grupos de pessoas que estavam tentando comer arroz. Mas este arroz estava longe das mãos deles e eles tinham talheres muito longos a ponto deles só conseguirem se servir do arroz mas não conseguirem chegar com o talher na boca por causa do tamanho do talher. Os grupos estão com fome. O primeiro grupo se cansa e desiste de se alimentar. Afinal era IMPOSSÍVEL se alimentar com talheres tão longos. O segundo grupo acaba por cada pessoa alimentando uma outra pessoa, servindo o outro. Então para este grupo foi POSSÍVEL comer o arroz. O tipo de arroz mudou? O tipo de talheres mudou? A única coisa que mudou foram os relacionamentos.

          Cuidado então se você está se preocupando apenas com o arroz ou com o talher. Você está 'morando' no campo do impossível. Mude seus horizontes.
 
(texto publicado no livro ‘Projetando...’ editora MultiFoco (RJ) do autor Rodrigo Drubi)

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os nossos violinos

Rodrigo Drubi
 
          A peça de teatro de Kempinski, o 'Dueto para Um' mostra uma a estória de uma violinista impedida de exercer a sua vocação, condição imposta pela esclerose múltipla e se retira de cena no auge de sua carreira. Isso a deixa muito incomodada, principalmente porque não podia mais tocar seu violino. Nós temos sempre que 'tocar nosso violino?' A peça discute bem sobre como era a situação da pessoa antes de ser diagnosticada com EM e depois de ser diagnosticada a EM. As nossas formas de se relacionar com a nossa vida mudam, mas não podemos deixar de nos relacionar. Será de uma forma diferente, mas nunca olhando 'como era' e sim visando 'como será'.

 
          Algumas pessoas não aceitam 'deixar de tocar seus violinos'. 'Violinos' é uma forma figurada de falar sobre o que tínhamos, por exemplo: nosso trabalho, nossa forma de viver, nossa forma de lazer, nossa forma de se relacionar com os nossos amigos, nossa forma de amar. Tínhamos? Ou não tivemos? Mas agora temos que construir essas coisas com uma realidade diferente. Muitas vezes acabamos por deixar os nossos atuais 'violinos'. É a capacidade que o ser humano tem de construir formas novas de se relacionar, de mudar seu jeito de ser. Isso produz um som que nenhum violino pode fazer.

 
          Há 25 anos, a sra. Ana Levy estava assistindo esta peça e depois que a peça terminou resolveu organizar um grupo que tinha necessidades parecidas com a da personagem. Foi quando nasceu a ABEM, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.

 
          Devemos sempre 'tocar' os nossos instrumentos musicais. Mas, às vezes, mudamos de 'instrumentos'. Mas a música nunca acaba. Não pode parar.
 

          Um lembrete final: o título da peça é 'Dueto para Um'. Mas 'dueto' não é composto de duas pessoas? É que a todo o momento, na peça, a violinista se questionava sobre a sua nova forma de ser e de viver e esse questionamento levou ela a ser agente atuante desta nova forma. Um provérbio chinês lembra que 'uma longa caminhada começa com um primeiro passo'. Caminhe, modifique e participe do seu 'dueto' e dê seu primeiro passo. Só depende de você.

 
(texto publicado no livro ‘Projetando...’ editora MultiFoco (RJ) do autor Rodrigo Drubi)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tempo de EsperaS

Rodrigo Drubi

          O livro de Fábio de Melo, o ‘Tempo de Esperas’, mostra o evoluir de um personagem que antes era extremamente racional e depois passa a ser também sensível.
          Esta estória mostra que evoluímos e aprendemos desde que possamos aceitar, respeitar e entender as nossas modificações. É deixar acontecer o florescer humano de cada um.
          Compreender o ‘Tempo das Esperas’, lembrou o autor, é um dos maiores desafios humanos. Só é possível modificarmos Algo que não gostamos participando e se relacionando com este mesmo Algo. E só é possível mantermos Algo que gostamos também se relacionando com este mesmo Algo. Para percebermos o que de fato gostamos e o que de fato não gostamos leva a um tempo de maturidade para nós.
          Essa descoberta, às vezes, pode acontecer em padrões temporais diferentes do que estamos acostumados.
          Lembro-me de uma senhora que eu conheci que uma vez me mostrou uma flor que estava desabrochando e me disse que não adiantaria alguém ‘forçar’ este desabrochar. Isso aconteceria no momento oportuno para a flor.
          Voltando ao livro eu quero escrever um pensamento dele: ‘Depois de vencida a distância, o desafio é um só: Manter Vivo o motivo que nos fez partir. ’ Por isso participe e aprenda com o Tempo das Esperas.
 
texto publicado no livro ‘Superando...’ editora MultiFoco (RJ) do autor Rodrigo Drubi